quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bolor

Os versos
que te digam
a pobreza que somos
o bolor
nas paredes
deste quarto deserto
os rostos a apagar-se
no frémito
do espelho
e o leito desmanchado
o peito aberto
a que chamaste
amor.

Carlos de Oliveira, Trabalho Poético, Assírio & Alvim, Lisboa, 2003

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