Ele levantava aqueles livros, batia-lhes para tirar o mofo, mas, tendo-os um pouco nas mãos, elas gelavam. Eram coisas dos avós, do pai de Sor Matteo, que estudara em Alba. Havia-os escritos em latim, como o livro de missa, outros com figuras de mouros e animais, e foi deste modo que conheci o elefante, o leão, a baleia. Dentre eles Nuto escolhia algum e levava-o escondido debaixo do pull-over. «De qualquer maneira», dizia, «ninguém já pensa em usá-los.»
- Que vais fazer com isso? - tinha-lhe perguntado. - Em tua casa já não compram o jornal?
- São livros - disse ele. - Quanto mais se lerem melhor. Serás sempre um ignorante se não leres livros.
- Que vais fazer com isso? - tinha-lhe perguntado. - Em tua casa já não compram o jornal?
- São livros - disse ele. - Quanto mais se lerem melhor. Serás sempre um ignorante se não leres livros.
Cesare Pavese, A Lua e as Fogueiras, Manuel Seabra (trad.). Colecção Mil Folhas, Público, 2002.
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