terça-feira, 29 de setembro de 2009

Críton, 43b - 43d

As gentes vindas de Súnion,
a arte da morte, a lua de outubro.
As canas escondem o caminho.
A minha mão tocou-te. O mar
tributa essa canção de vida.
Depois parto. A floresta vê
o silencioso orvalho pousar.
O artifício da linguagem inventa
almas. E o olhar acredita,
vai de noite, encontra as gentes
que do promontório viam o navio.
A arte da morte. A poesia.

Joaquim Manuel Magalhães, Segredos, Sebes, Aluviões, Colecção Forma, Editorial Presença, 1985.

Sem comentários:

Enviar um comentário