Como um amigo meu explicava, é à vontadinha. Na quinta-feira comprei na livraria da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (famosa por nunca ter nada desde que nós andemos à procura de alguma coisa) os Collected Poems de Allen Ginsberg (em edição da Harper) e os Cinquenta Poemas de Ian Hamilton (Livros Cotovia).
Seguindo o itinerário lógico, dirigi-me da livraria ao bar para ir beber um café antes de voltar para a biblioteca. Como os livros não cabiam dentro da mochila, pousei-os em cima da mesa. Encontro uns colegas e pomo-nos à conversa. Saio com eles, e quando estou já a chegar à biblioteca, percebo que não tenho os livros comigo. Entrei em pânico. Enquanto mentalmente me insulto, volto atrás, penso, para verificar o óbvio: os livros teriam desaparecido. Qual quê!
Estão lá, sozinhos, com uma turba indiferente a jogar às cartas sentada ao lado deles. Fiquei mesmo contente. Mas ao pegar neles, senti uma certa melancolia. Não é que não haja «ladrões» de ocasião na Faculdade de Letras, já me roubaram algumas coisas: barras de cereais, lápis, um caderno novo, tudo objectos deixados em cima da mesa biblioteca enquanto vou lá abaixo beber um café. Mas nunca livros. Isto sucede porque a maior parte dos estudantes da Faculdade de Letras não quer saber de livros para nada. Tenho a certeza que não conheci mais de quinze leitores (não contando com professores) a sério em cinco anos de estudante (dois de investigadora) nesta faculdade.
Até me podiam ter levado o Ginsberg e o Hamilton, eu ia ficar chateada, claro, mas ia compreender. Isto mostra que para a maior parte dos meus colegas o livro é uma coisa inútil, não uma tentação. Penso antes que tive sorte, nenhum dos quinze leitores que conheço se sentou por ali àquela hora. Se não agora não me estava para aqui a lamentar de ninguém me ter roubado os livros, mas sim a escrever uma invectiva contra o ladrão em causa. E talvez fosse mais divertido.
Seguindo o itinerário lógico, dirigi-me da livraria ao bar para ir beber um café antes de voltar para a biblioteca. Como os livros não cabiam dentro da mochila, pousei-os em cima da mesa. Encontro uns colegas e pomo-nos à conversa. Saio com eles, e quando estou já a chegar à biblioteca, percebo que não tenho os livros comigo. Entrei em pânico. Enquanto mentalmente me insulto, volto atrás, penso, para verificar o óbvio: os livros teriam desaparecido. Qual quê!
Estão lá, sozinhos, com uma turba indiferente a jogar às cartas sentada ao lado deles. Fiquei mesmo contente. Mas ao pegar neles, senti uma certa melancolia. Não é que não haja «ladrões» de ocasião na Faculdade de Letras, já me roubaram algumas coisas: barras de cereais, lápis, um caderno novo, tudo objectos deixados em cima da mesa biblioteca enquanto vou lá abaixo beber um café. Mas nunca livros. Isto sucede porque a maior parte dos estudantes da Faculdade de Letras não quer saber de livros para nada. Tenho a certeza que não conheci mais de quinze leitores (não contando com professores) a sério em cinco anos de estudante (dois de investigadora) nesta faculdade.
Até me podiam ter levado o Ginsberg e o Hamilton, eu ia ficar chateada, claro, mas ia compreender. Isto mostra que para a maior parte dos meus colegas o livro é uma coisa inútil, não uma tentação. Penso antes que tive sorte, nenhum dos quinze leitores que conheço se sentou por ali àquela hora. Se não agora não me estava para aqui a lamentar de ninguém me ter roubado os livros, mas sim a escrever uma invectiva contra o ladrão em causa. E talvez fosse mais divertido.
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