E hoje é o dia da minha sexta matrícula na FLUL. Ainda sou do tempo em que os anfiteatros se enchiam das sete às oito da tarde para ouvir o professor Arnaldo Espírito Santo ensinar Latim. Ainda sou do tempo em que os dicionários de Latim num sábado de manhã em fim de semestre eram uma enorme mancha cor-de-laranja a sair do metro, e eu a diluir-me no meio deles, com o meu dicionário cor-de-laranja, que com o avançar dos níveis passou de dicionário de Latim-Português para Latim-Francês (que cobre, tanto quanto possível, o Latim Medieval, coisa que o de português não faz). Os exames de Latim faziam-se num sábado de manhã, e havia sempre muito copianço no anfiteatro. (Era divertido.) Ainda sou de um tempo antes de Bolonha, o que implicou vantagens e desvantagens para a minha formação. Sou daqueles que começaram a estudar num curso (chamava-se Línguas e Literaturas Clássicas) e acabaram licenciados noutro, Estudos Clássicos.
Três anos de licenciatura, um ano a fazer cadeiras no DLR, um ano de mestrado em clássicas, basicamente o meu curriculum uitae. A minha história pessoal cresceu muito em torno desta espinha dorsal. Hoje é a minha sexta matrícula na FLUL.
Todos os anos há mudanças, mas dou-me conta de que a maior parte dos colegas que ingressou comigo também ainda lá estuda, alguns no seu departamento de origem, outros foram fazer um mestrado a outro departamento. Muitos colegas falam de eventualmente tirarem outro curso, que não em letras. Eu também tirava um curso outra vez. Mas fico sempre indecisa quando penso nisso. Em vez de ter bom senso (e talvez mudar-me para a faculdade em frente), se tirasse outro curso estaria indecisa entre Estudos Eslavos ou Italianos.
Três anos de licenciatura, um ano a fazer cadeiras no DLR, um ano de mestrado em clássicas, basicamente o meu curriculum uitae. A minha história pessoal cresceu muito em torno desta espinha dorsal. Hoje é a minha sexta matrícula na FLUL.
Todos os anos há mudanças, mas dou-me conta de que a maior parte dos colegas que ingressou comigo também ainda lá estuda, alguns no seu departamento de origem, outros foram fazer um mestrado a outro departamento. Muitos colegas falam de eventualmente tirarem outro curso, que não em letras. Eu também tirava um curso outra vez. Mas fico sempre indecisa quando penso nisso. Em vez de ter bom senso (e talvez mudar-me para a faculdade em frente), se tirasse outro curso estaria indecisa entre Estudos Eslavos ou Italianos.
Sabes que acabaste de redistribuir todas as cartas do baralho do meu futuro? Eu é mais que certo que, se não tirar outro curso a seguir (pensava eu: cinema), pelo menos faço ainda uma série de outras cadeiras (essencialmente línguas, para as consolidar, com vista a uma possível incursão pelos mares da tradução). Desconhecia, porém, a existência de Estudos Eslavos. Por muitas vezes dei por mim a criticar a inexistência desse curso em Portugal, desse e do de Estudos Nórdicos (às vezes ainda sou assaltado por este desejo absurdo de ler as Eddas no original). Se ele, porém, existe, isso introduz uma nova rota no horizonte de possibilidades: tirar Estudos Eslavos. Talvez esteja agora ainda muito entusiasmado com a notícia; não sei como olharei para esta perspectiva daqui a uns meses, mas sobretudo depois do mestrado. Contudo, agradeço-te o post, que me perturbou, no melhor sentido que a palavra possa ter.
ResponderEliminarE boa sorte para este sexto ano.
Obrigada Myshkin, o mesmo para ti. O meu pós-doutoramento(doutoramento?)de sonho também era cinema.
ResponderEliminarEstudos Eslavos é um curso recente. A FLUL começou a oferecê-lo o ano passado, bem como estudos Asiáticos. Nórdicos é que ainda nada.
ResponderEliminar