Um koan budista diz: « o mestre segura a cabeça do discípulo debaixo de água, muito, muito tempo; pouco a pouco, as bolhas rareiam; no último instante, o mestre retira o discípulo, reanima-o: quando tiveres desejado a verdade como desejaste o ar, então saberás o que ela é». A ausência do outro segura-me a cabeça debaixo de água; pouco a pouco, sufoco, rareia-me o ar: é por esta asfixia que reconstituo-o a minha «verdade» e que preparo o Intratável do amor.
Barthes, Fragmentos de Um Discurso Amoroso, Edições 70, 2006.
Barthes, Fragmentos de Um Discurso Amoroso, Edições 70, 2006.
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