Bêbado e sem norte aqui estou eu nesta cidade do Meno
Vírgula de mim próprio num intervalo da respiração
Queria afundar-me neste ar, mas estou aí completamente só
Bêbado e sem norte a sufocar dentro de mim
Ora, Março passa depressa, crescem as trevas
Da noite minha cúmplice tão grande
Nas cintilações, tão pequena assustada pela luz
E eu suo e sofro enregelado neste lusco-fusco
E sou e sou até à exaustão, não sei ser de outro modo
Sem norte e bêbado, apetece-me gritar o que me rói
Me corrói com murmúrios me martela como se eu fosse coisa
Mas ai de mim, eu sofro, de lágrima no vinho
E saio para o grande espaço de entre, frio e aprazível
E - enfim apaziguado - volto a encontrar-me
Robert Schindel, in Telhados de Vidro, João Barrento (trad.), Inês Dias e Manuel de Freitas (dir.),nº 11, Averno, Novembro de 2008.
Vírgula de mim próprio num intervalo da respiração
Queria afundar-me neste ar, mas estou aí completamente só
Bêbado e sem norte a sufocar dentro de mim
Ora, Março passa depressa, crescem as trevas
Da noite minha cúmplice tão grande
Nas cintilações, tão pequena assustada pela luz
E eu suo e sofro enregelado neste lusco-fusco
E sou e sou até à exaustão, não sei ser de outro modo
Sem norte e bêbado, apetece-me gritar o que me rói
Me corrói com murmúrios me martela como se eu fosse coisa
Mas ai de mim, eu sofro, de lágrima no vinho
E saio para o grande espaço de entre, frio e aprazível
E - enfim apaziguado - volto a encontrar-me
Robert Schindel, in Telhados de Vidro, João Barrento (trad.), Inês Dias e Manuel de Freitas (dir.),nº 11, Averno, Novembro de 2008.
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