no dia em que as minhas palavras foram
terra
fui amigo de espigas de trigo
no dia em que as minhas palavras foram
fúria
fui amigo de grilhões
no dia em que as minhas palavras foram
pedra
fui amigo de arroios
no dia em que as minhas palavras foram
revolta
fui amigo de terramotos
no dia em que as minhas palavras foram
cabaças azedas
fui amigo do optimismo
quando as minhas palavras se tornaram
mel
as moscas cobriram-me
os lábios
Mahmûd Darwîsh, aqui. Tradução de André Simões.
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