quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Portugal Restaurado . 06


«E assi considero, que desencrauar Christo o braço da Cruz na acclamação de Lisboa, naõ foi só querer dar a mão ao Reyno pera o leuantar que tão caido, & desmaiado estaua, sem sangue, & sem força com as oppressoẽs, & apertos do jugo de Castella, nem só querer mostrar, que aquella obra, & mudança era de sua mão diuina, & poderosa, & que elle, em cujas mãos estauão todos os Reynos, & imperios do mundo, de sua mão, & com sua mão diuina nos daua Rey natural, & proprio, & nos liuraua das cargas, & trabalhos do jugo alheo (que he o mal, que Dauid mais encarecia, entre os mayores males do mundo. Emitte manum tuam de alto: eripe me, & libera me de aquis multis, & de manu filiorũ alienorũ senão pera mostrar que aquella mão desencrauada buscaua nas armas de Portugal os sinais de suas chagas ja taõ apagados, & escuros com as oppressoẽs, apertos, & descuido de Castella, & queria com aquelle Original diuino copialas, & imprimilas de nouo, & tornalas mais viuas, & fermosas pera as nouas glorias, & triumphos do Rey que nos daua.»

FALA, QVE FES O P. Fr. MANOEL DA CRVS Mestre em S. Theologia, Deputado do S. Officio, & das Ordens Militares na segunda instancia, Vigairo Geral da Ordem dos Pregadores da India, NO ACTO SOLEMNE, EM QVE O CONDE IOAM DA Silva Tello, & Meneses, Visorey, & Capitaõ Geral do Estado da India, depois de ter aclamado, & jurado o Serenissimo Rey, & Senhor nosso, Dom Joaõ, o IV, jurou o Principe Dom Theodosio, seu primogenito, & herdeiro, aos 20. de Outubro de 1641.

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