Paulo Rodrigues Ferreira, colaborador neste blogue, que publicou este ano o seu primeiro livro (crítica aqui), publicou na corrente edição do Jornal de Letras o segundo artigo da sua colaboração com este periódico, tendo o primeiro incidido sobre o livro de Luís Reis Torgal, Estados Novos, Estado Novo.
Este segundo artigo de Paulo Rodrigues Ferreira versa sobre a mais recente obra de A. Campos Matos, incansável queirosiano e talvez o herdeiro de Guerra da Cal neste campo de estudos, intitulada Eça de Queiroz - Ramalho Ortigão - Retrato da Ramalhal Figura (Livros Horizonte), livro em que Campos Matos traça uma imagem bastante diferente daquela que eu tinha de Ortigão, que para mim era o amigalhaço de Eça n' As Farpas e seu colaborador na concepção de O Mistério da Estrada de Sintra. O artigo de Paulo Rodrigues Ferreira chama-nos a atenção para essa outra faceta de Ramalho Ortigão tal como delineada por A. Campos Matos:
De todos os companheiros de Eça, Ramalho Ortigão é descrito por A. Campos Matos como o mais incerto nas convicções e o mais oportunista. A sua dedicação a Eça de Queiroz era discutível. No dia em que soube da morte do amigo, queixava-se de dores. Em vez de tratar cuidadosamente do espólio deixado por Eça, desprezou-o. A revisão que fez dos capítulos de A Cidade e as Serras quase desviou o texto do sentido original. Queria ficar com os louros em O Mistério da Estrada de Sintra, obras nas quais o grosso do trabalho não fora feito por ele. Conclui A. Campos Matos: «Admirável descritor de paisagens humanas (...) mas pobre de imaginação, jamais lhe deve ter ocorrido que a sua ligação a Eça de Queiroz lhe assegurava por si só, um lugar perene na memória literária portuguesa.»
O espólio de Eça tem sido, tanto quanto sei, um espólio problemático de reunir. Só há muito pouco tempo surgiram os manuscritos d' A Ilustre Casa de Ramires e d' A Cidade e as Serras, ambos descobertos num cofre da sede do Millenium BCP, quando a INCM já tinha edições críticas publicadas creio que de ambas as obras. Talvez se Ramalho Ortigão, ou outro, tivesse zelado devidamente pelo espólio de Eça, hoje esta área dos estudos queirosianos seria consideravelmente menos problemática. E Eça nem é o caso mais dramático em termos de espólio, basta que nos recordemos, por exemplo, de Mário de Sá-Carneiro...
Este segundo artigo de Paulo Rodrigues Ferreira versa sobre a mais recente obra de A. Campos Matos, incansável queirosiano e talvez o herdeiro de Guerra da Cal neste campo de estudos, intitulada Eça de Queiroz - Ramalho Ortigão - Retrato da Ramalhal Figura (Livros Horizonte), livro em que Campos Matos traça uma imagem bastante diferente daquela que eu tinha de Ortigão, que para mim era o amigalhaço de Eça n' As Farpas e seu colaborador na concepção de O Mistério da Estrada de Sintra. O artigo de Paulo Rodrigues Ferreira chama-nos a atenção para essa outra faceta de Ramalho Ortigão tal como delineada por A. Campos Matos:
De todos os companheiros de Eça, Ramalho Ortigão é descrito por A. Campos Matos como o mais incerto nas convicções e o mais oportunista. A sua dedicação a Eça de Queiroz era discutível. No dia em que soube da morte do amigo, queixava-se de dores. Em vez de tratar cuidadosamente do espólio deixado por Eça, desprezou-o. A revisão que fez dos capítulos de A Cidade e as Serras quase desviou o texto do sentido original. Queria ficar com os louros em O Mistério da Estrada de Sintra, obras nas quais o grosso do trabalho não fora feito por ele. Conclui A. Campos Matos: «Admirável descritor de paisagens humanas (...) mas pobre de imaginação, jamais lhe deve ter ocorrido que a sua ligação a Eça de Queiroz lhe assegurava por si só, um lugar perene na memória literária portuguesa.»
O espólio de Eça tem sido, tanto quanto sei, um espólio problemático de reunir. Só há muito pouco tempo surgiram os manuscritos d' A Ilustre Casa de Ramires e d' A Cidade e as Serras, ambos descobertos num cofre da sede do Millenium BCP, quando a INCM já tinha edições críticas publicadas creio que de ambas as obras. Talvez se Ramalho Ortigão, ou outro, tivesse zelado devidamente pelo espólio de Eça, hoje esta área dos estudos queirosianos seria consideravelmente menos problemática. E Eça nem é o caso mais dramático em termos de espólio, basta que nos recordemos, por exemplo, de Mário de Sá-Carneiro...
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