terça-feira, 11 de agosto de 2009

CHIA A ROLDANA do poço,
a água sobe até à luz e aí se funde.
Treme uma recordação no alcatruz colmado,
no círculo fechado uma imagem progride.
Aproximo o rosto de evanescentes lábios:
deforma-se o passado, fica avelhantado,
pertence a um outro...
........................................Ah range já na sua lide
a roda, entrega-te ao fundo escuro,
visão, uma distância nos divide.

Eugenio Montale, Poesia, Assírio e Alvim, José Manuel de Vasconcelos (trad.), 2004.

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