quarta-feira, 26 de agosto de 2009

insularmente os corpos variegados
precipitam-se sob as abas do relógio
em arcos concêntricos iluminam no céu
o sonho voraz de uma criança
as cordas da lira retinem de corpos
o chão fica cinzento uma mulher
asceticamente voraz de prenhez
e quando o som rebenta a criança
chora e sói pensar na vida
e tomar chá gravemente

e um punhal espera poisando sobre as casas
ameaça o sossego dos mínimos pecadores
a boca peçonhenta do punhal abre ninhos
nas vidraças dos sótãos convida a que
desembarquem os falecidos de doenças sazonais
como a gripe a cólera a solidão as mulheres
ficam à sombra quando partem os pais
os velhos o pedagogo francês da pueril
embarcação ainda não travessia um humilde
ensaio do corpo nu não homem ainda não
mulher mas já havia algo familiar ao desejo
quando as mãos despediram a barca a das
exportações mais comuns uma mão cheia
de cinza três moedas e lá vai terra adentro
direita ao outro sul.

tente-se explicar a natureza
dos corpos às crianças eternas até mesmo nas suas
pequenas mortes: elas simplesmente não querem saber.

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