Parece-me que em A Sibila Agustina Bessa-Luís cristalizou para a eternidade o tipo do dandy português:
Houve, em Morouços, um enviado daquela encantadora Adriana do Folgozinho que, na mocidade, tivera Estina na conta de prima dilecta. Era o seu único neto. Germa viu-se diante de um certo Bernardo Sanches, um dandy da intelectualidade, que citava Paul Éluard, fazendo retinir muito as sílabas, com exaltação mais dogmática do que poética. Usava lunetas, por birra pedante, do mesmo modo que usava o seu casaco aberto atrás, sob o cinto, no estilo que estivera em moda por volta de 1900 e que o povo, jocosamente, chamara «de aparta barulhos».
Agustina Bessa-Luís, A Sibila, Guimarães Editores, 1998 (23ª edição).
Houve, em Morouços, um enviado daquela encantadora Adriana do Folgozinho que, na mocidade, tivera Estina na conta de prima dilecta. Era o seu único neto. Germa viu-se diante de um certo Bernardo Sanches, um dandy da intelectualidade, que citava Paul Éluard, fazendo retinir muito as sílabas, com exaltação mais dogmática do que poética. Usava lunetas, por birra pedante, do mesmo modo que usava o seu casaco aberto atrás, sob o cinto, no estilo que estivera em moda por volta de 1900 e que o povo, jocosamente, chamara «de aparta barulhos».
Agustina Bessa-Luís, A Sibila, Guimarães Editores, 1998 (23ª edição).
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