sábado, 15 de agosto de 2009

12

OS falcões
sempre demasiado longe do teu olhar
raramente os vistes de perto.
Um em Étretat vigiava o voo
desajeitado dos seus filhotes.
Dois outros na Grécia, no caminho de Delfos,
uma briga de macias penas, dois bicos jovens
inofensivos e audazes.

Agradava-te a vida feita de pedaços
aquela que jorra da sua insuportável
trama.

Eugenio Montale, Poesia, Assírio e Alvim, José Manuel de Vasconcelos (trad.), 2004.

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