terça-feira, 4 de agosto de 2009
Elegy
Everything is too late
We are all unbecoming to each other
Come doors shriek doors we are all too late
Everything is unbecoming to everything else
Come steel lizards pounce on us all
We are all too late
Everything is finished and we all have arrived too late
Let me make you understand
Let me make linen shrouds for all of you
Cease struggling against truth
Let me strangle you softly
Let me dismember you deftly
Linen shrouds are fashionable this year
Steel lizards are the only safe method of dismemberment
Copper urns are the only clean method of disposal
Can you not see how you are all too late
Can you not see how you must all give yourselves up to me
Linen and lizards
We are all unsuited to dwell here in this plain
There is no way out but strangling
Merely recline on this rock in the sunlight
Hold your head thus
And submit to my soft hands
It is the only way out
We are all too late
Elegia
Tudo é demasiado tarde
Não somos dignos uns dos outros
Abri-vos portas rangei portas é demasiado tarde
Tudo é indigno de tudo
Vinde lagartos de aço saltai sobre todos nós
É demasiado tarde
Tudo acabou e todos chegámos demasiado tarde
Deixa-me fazer-te compreender
Deixa-me fazer mortalhas de linho para todos vós
Deixa de lutar contra a verdade
Deixa-me estrangular-te suavemente
Deixa-me desmembrar-te habilmente
As mortalhas de linho estão na moda este ano
Os lagartos de aço são o único método seguro de desmembramento
As urnas de cobre são o único método limpo de libertação
Não vês que todos chegaram demasiado tarde
Não vês que todos têm de entregar-se a mim
Linho e lagartos
Nenhum de nós poderá morar nesta planície
Não há outra saída senão o estrangulamento
Reclina-te simplesmente nesta rocha à luz do sol
Segura a tua cabeça
E submete-te às minhas mãos suaves
É a única saída
É demasiado tarde
Paul Bowles, Poemas, Assírio & Alvim, Lisboa, 2008 (selecção e tradução de José Agostinho Baptista)
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