sábado, 5 de dezembro de 2009

No meu peito a ferida torna a abrir
quando as estrelas caem e se tornam parte do meu corpo
quando o silêncio cai abaixo dos passos dos homens.

Estas pedras afundando-se no tempo, até onde me
irão arrastar com elas?
O mar, o mar, quem o pode esgotar?
Vejo a cada madrugada mãos acenando ao vulto e ao
falcão
atado como estou à rocha que o sofrimento tornou minha,
vejo árvores respirando a serenidade opaca da morte
e os sorrisos - nunca inteiros - das estátuas.

(mais ou menos) Yorgos Seferis

Versão minha a partir de Collected Poems (1922 - 1955), Edmund Kelley e Philip Sherrard (trad., ed., e intr.), Princeton University Press, 1971.

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