domingo, 27 de dezembro de 2009

A vida... é memória de um despertar
triste num comboio da madrugada:
ter visto lá fora a luz incerta: ter sentido
no corpo exausto a tristeza
virgem e áspera do ar agreste.

Mas é mais doce a memória
da libertação inesperada: junto de mim
um marinheiro jovem: o azul
e o branco da fardam e lá fora
um mar, frescura de cor.

Sandro Penna, No Brando Rumor da Vida, Maria Jorge Villar de Figueiredo (trad.), Assírio & Alvim, 2003

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