domingo, 27 de dezembro de 2009

Sob o céu de Abril a minha paz
é incerta. Os verdes claros ondulam
volúveis ao vento. Dormem ainda
as águas, mas parecem dormir de olhos abertos.

Há rapazes que correm sobre a erva,
e é como se o vento os dispersasse. Mas disperso
está só o meu coração onde fica um vivo
fulgor (oh, juventude) das camisas
brancas gravadas no verde.

Sandro Penna, No Brando Rumor da Vida, Maria Jorge Villar de Figueiredo (trad.), Assírio & Alvim, 2003

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