o rapaz escreve
procura o lastro de cores que
com um toque de mão
o dissipou da promessa
da rapariga do corpo do regresso
o rapaz descreve órbitas rodopia
em vertigem chega próximo da luz e cega
paira em torno da sede
no coração vital das horas
destrinça a raiz onde está ancorado
o correr dos dias e esquece
o regresso o corpo a rapariga
pensa em pássaros amarelecendo
em gaiolas guizos
na sombra do gato à janela
parte para a música
para a memória verde de outras árvores
para as cores de alguns frutos
vermelho amarelo púrpura
cor de fogo o modo como
as emoções quando disparam
se despedem em pequenos círculos
crepusculares junto à pele
o rapaz escreve
em solidão preenche os passos em volta
procura a voz oracular
que resgata da pele
a proximidade do silêncio
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