sexta-feira, 24 de julho de 2009

Portugal Restaurado . 01


[Portugal Restaurado: reflexos do 1.º de Dezembro na literatura seiscentista]

Nas primeiras páginas dos Successos militares das armas portuguesas em suas fronteiras depois da Real acclamação contra Castella com a gegografia das Prouincias, & nobreza dellas, de João Salgado de Araújo, Abade de Pera (Lisboa, 1644), publica-se este soneto, que transcreve mantendo a pontuação e ortografia originais:

O Capitão Gregorio Soares de Brito
ao Author

Do patrio Minho, ao Sueco belicoso,
Do Douro ao Scita, do Mondego ao Nillo,
Do Tejo ao Chim, do Guadiana ao Chilo
Araujo serâs sempre famoso.

O Sceptro Lusitano venturoso,
Em se isentar do Carpentano asilo,
Necessitaua de teu graue estilo,
Lustre immortal do seculo ditoso.

So tu por remedear os patrios danos
Co poder absoluto, em seu destrito
Te opuseste aos dous subditos tirannos.

Tudo o que tens tão doctamente escrito,
Excede aos sinco liuros Lusitanos,
Barros, Brandão, Osorio, Couto, & Brito.

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