Quando li A Espuma dos Dias do Boris Vian, não foi um livro que imediatamente me tivesse marcado, encantou-me, mas não me marcou especialmente. Mais tarde percebi que há uma coisa verdadeiramente poderosa acerca deste livro: a forma como os episódios surreais que nele se narram se transformam em metáforas do quotidiano.
Para mim é isso que torna A Espuma dos Dias um livro verdadeiramente extraordinário. Deixo-vos um pequeno excerto:
No sítio onde os rios se lançam no mar forma-se uma barra difícil de transpor e há grandes remoinhos de espuma onde bailam destroços.
(Isto pode ser entendido como metáfora, estão a ver?)
Boris Vian, A Espuma dos Dias, Relógio d'Água, Lisboa, 2001 (p.107).(Isto pode ser entendido como metáfora, estão a ver?)
Ainda assim, e apesar de concordar, prefiro "O outono em Pequim".
ResponderEliminarÉ possível. Quando o ler logo te digo do meu juízo.
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