E vai chegando, vai chegando ao fim
a luz de março.
Por aí andou, íntima de cada pedra
e dos gatos, pela relva
se espojou com as crianças,
as nalguinhas frescas.
Ninguém é senhor da luz detida
num olhar, ninguém
se demora a cantar frente ao silêncio
duma rosa fechada.
Se fores à janela verás talvez ainda
morrer as últimas luzes.
Loucas, loucas de março.
a luz de março.
Por aí andou, íntima de cada pedra
e dos gatos, pela relva
se espojou com as crianças,
as nalguinhas frescas.
Ninguém é senhor da luz detida
num olhar, ninguém
se demora a cantar frente ao silêncio
duma rosa fechada.
Se fores à janela verás talvez ainda
morrer as últimas luzes.
Loucas, loucas de março.
Eugénio de Andrade, Poesia, Fundação Eugénio de Andrade, 2005.
Alguém contrabandeou cá para casa este livro. Toda a poesia de Eugénio de Andrade editada pela sua Fundação. Folheando-o saltou à vista este poema. É mesmo bonito.
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