II.
Ao céu azul onde
passam para sul as últimas aves
uma criança abre a boca:
vejo-lhe dois dentes apenas
bem brancos e cerrados por sinal
e ouço um assobio a despontar
misturado com o romper dos fios
de uma teia de saliva.
A casa estremece por detrás da fotografia,
abeira-se do pó que se levanta
com o bater mecânico das asas.
Gritos se os houver ficarão para depois
na linguagem que corre já sossegada
onde principia a luz
que é um eco do escuro
no outro lado.
Ao céu azul onde
passam para sul as últimas aves
uma criança abre a boca:
vejo-lhe dois dentes apenas
bem brancos e cerrados por sinal
e ouço um assobio a despontar
misturado com o romper dos fios
de uma teia de saliva.
A casa estremece por detrás da fotografia,
abeira-se do pó que se levanta
com o bater mecânico das asas.
Gritos se os houver ficarão para depois
na linguagem que corre já sossegada
onde principia a luz
que é um eco do escuro
no outro lado.
Luís-Cláudio Ribeiro, À Procura da Cidade sob a Luz Artificial, Black Sun Editores, 2002.
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