Em manhãs de muita luz, Adélia voltava abrasada como Pomona, regressava do esplendor do dia e despejava o cesto com todas as belezas coloridas do sol. Começava pelas cerejas brilhantes, inchadas de água por baixo da pele fina e transparente, as misteriosas ginjas negras com um sabor que não cumpria todas as promessas do cheiro, os damascos de polpa amarela onde dormitavam tardes longas e abrasadoras (...)
Bruno Schulz, As Lojas de Canela, Aníbal Fernandes (trad.), Assírio & Alvim, 1987.
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