sábado, 29 de janeiro de 2011

Aquelas cujos ombros se extinguiram

Aquelas cujos ombros se extinguiram
Contra os muros dum quarto misterioso
Onde há uma janela voltada para longe

Aquelas em cujos olhos não há cor
À força de fitarem o vazio
Que vai e vem entre o horizonte e elas

Aquelas cujo desespero cai
De todo o céu a pique sobre a terra,
Imutável e completo, igual
Ao silêncio do mar sobre os naufrágios.

Elas são aquelas que esperaram
Que todas as promessas se cumprissem
E nos deuses cegos confiaram.

Sophia, Dia do Mar, Caminho, 2005

Sem comentários:

Enviar um comentário