domingo, 30 de janeiro de 2011

Elegia

Aprende
A não esperar por ti pois não te encontrarás

No instante de dizer sim ao destino
Incerta paraste emudecida
E os oceanos depois devagar te rodearam

A isso chamaste Orpheu Eurydice -
Incessante intensa lira vibrava ao lado
Do desfilar real dos teus dias
Nunca se distingue bem o vivido do não vivido
O encontra do fracasso -
Quem se lembra do fino escorrer da areia na ampulheta
Quando se ergue o canto
Por isso a memória sequiosa quer vir à tona
Em procura da parte que não deste
No rouco instante da noite mais calada
Ou no secreto jardim à beira-rio
Em Junho

1994
Sophia, Musa, Caminho, 2004

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