segunda-feira, 12 de julho de 2010

Recorde

À mesa dos cafés, a carne.
Quase nua, palpita dentro
De pequenos cronómetros.
Recorda, dia e noite, que
Afinal os obstáculos perduram
Sempre no interior da chama.
Que o Eterno vacila sobre a cama
Destes animais litúrgicos, votados
Que somos - ao amor, à morte, ao abandono.

Gil de Carvalho, Tarantela & Viagens, Fenda, 1998

Sem comentários:

Enviar um comentário