quarta-feira, 7 de julho de 2010

Hermes (ou como de uma analogia «fazer» uma personagem)

Tinha tudo debaixo de olho, como um jovem Hermes de olhos azuis e astutos. E os conhecimentos que tinha eram, realmente, admiráveis. Era admirável o que sabia de vacas de Jersey, de fabrico de queijo, de como cavar fossos e levantar vedações, de flores e jardinagem, de navios e navegação. Era uma fonte de sabedoria sobre tudo, e comunicava ao pessoal estes conhecimentos de uma forma muito estranha, semi-irónica e semi-solene, como se, realmente, pertencesse ao mundo superior e semi-real dos deuses.

D. H. Lawrence, O Amor no Feno e Outros Contos, Maria Teresa Guerreiro (trad.), Assírio & Alvim, 1988

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