domingo, 18 de julho de 2010

Canto vigésimo nono

Uma voz despertou-nos.
Mais que a voz normal era um grito,
um nome, talvez o meu. Abrimos a janela
e ninguém, nem nos outros quartos,
no sótão, debaixo das camas, a meio da estrada.
Teremos sonhado? Mas como é possível
duas pessoas sonharem a mesma coisa?
Era uma voz na noite.
Seria de homem ou de mulher?

Tonino Guerra, O Mel, Mário Rui de Oliveira (trad.), Assírio & Alvim, 2003

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