Parou entre as medas, mas não ouvia mais do que o pingar da água, as chicotadas ligeiras da chuva. Tudo estava perdido na escuridão. Imaginou que a morte haveria de ser assim, muitas coisas dissolvidas no silêncio e negrura, apagadas, mas em existência. Na densa negrura, sentiu-se quase extinto. Receava não encontrar as coisas como as deixara. Quase num frenesim, aos tropeços, aos apalpões, regressou e só parou quando tocou na chapa fria. Ia à procura de um raio de luz.
D. H. Lawrence, O Amor no Feno e Outros Contos, Maria Teresa Guerreiro (trad.), Assírio & Alvim, 1988
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