Não perguntarás. É impossível saber que
fim os deuses nos terão dado
nem tentarás os números
onde se esconde o conhecimento
para suportares melhor o que tiver de ser - o bem ou o mal
quer Apolo te conceda ainda vários invernos e
conduza a vela do teu barco uma vez mais à ilha
e ordene a palavra do teu nome
se voltares a subir, no abandono de fevereiro,
o trilho de Delfos e o Templo
quer o filho de deus, o israelita,
te subtraia de invernos e dia «é o último»
quando as pedras invadem o Atlântico mar - a aspereza
espremerás o vinho e também o mel
a longa esperança tomarás por espaço
enquanto falamos, fugirá o tempo - o teu melhor verso
nem sequer o meu melhor verso....... nunca foram escritos
João Miguel Fernandes Jorge, Invisíveis Correntes, Relógio d'Água, 2004.
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