... Alguém te abandonou na encruzilhada, e tu olhas longamente para trás. Passos argênteos na sombra de macieiras raquíticas. Purpúreo, o fruto resplandece nos ramos negros, e na erva a serpente está na muda de pele. Oh, a escuridão! O suor que aparece na fronte e os tristes sonhos no vinho, na taberna da aldeia sob traves negras de fumo. Tu, deserto ainda, que faz nascer por magia nuvens de rosas das nuvens castanhas do tabaco e lhes arranca do interior o grito selvagem de um grifo que caça, rondando falésias negras, por mares, tempestades e gelos...
Georg Trakl, Outono Transfigurado, João Barrento (trad.), Assírio e Alvim, 1992.
Georg Trakl, Outono Transfigurado, João Barrento (trad.), Assírio e Alvim, 1992.
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