terça-feira, 27 de outubro de 2009

Louvada seja a névoa entre as ervas
no calcanhar molhado o frrte do lagarto
Mnesaretê cujo olhar profundo
não sendo cordeiro dá a absolvição

O vento despertando ouro no sino
e o cavaleiro prestes a perder-se no poente
e o outro cavaleiro do espírito
que desfia ao avesso as ruínas do tempo

Numa noite de Junho as azuis tréguas
jasmins e saias que enchem o jardim
o bichinho dos astros que sobe no ar
o instante de alegria antes das lágrimas

Odysséas Elytis, Louvada Seja (Áxion Estí), Manuel Resende (trad.), Assírio & Alvim, 2004.

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