Se eu não tivesse existido, alguém me teria escrito, a mim, a Hemingway, a Dostoiévsky, a todos nós. A prova disso mesmo é ter havido dois ou três candidatos à autoria das peças de Shakespeare. Mas o que é importante é o Hamlet e o Sonho de uma Noite de Verão - não quem os escreveu mas o facto de alguém o ter feito. O artista não tem qualquer importância. Só aquilo que ele cria é importante, uma vez que já não há nada de novo a dizer. Shakespeare, Balzac, Homero escreveram tudo o que havia para escrever sobre os mesmos assuntos e se eles tivessem vivido durante mais mil ou dois mil anos os editores não teriam precisado de mais ninguém daí em diante.
William Faulkner em Entrevistas da Paris Review, Selecção e Tradução de Carlos Vaz Marques, Tinta da China, 2009.
William Faulkner em Entrevistas da Paris Review, Selecção e Tradução de Carlos Vaz Marques, Tinta da China, 2009.
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