Bertolucci é daqueles realizadores que tem uma estética muito própria. Isto prende-se sobretudo com as cenas de sexo explícito dos seus filmes. Porém, essa é uma visão limitada da estética de Bertolucci, a filmagem de cenas de sexo explícito é um pretexto para demonstrar que as relações amorosas, naquilo que primeiro têm de físico e possessivo, e, de forma inerente a estes dois elementos, de espiritual, comportam sempre uma aprendizagem magoada, dolorosa e por vezes fatal, daquilo que é o amor nas suas variações, naquilo que sobre ele não se pode decidir ou escolher.
Isto vê-se no The Dreamers, de que aqui falei, mas sobretudo, e se a memória não me falha, em Last Tango in Paris, um filme que vi na altura em que a Biblioteca Museu República e Resistência realizou um ciclo dedicado a Marlon Brando (em 2005, talvez).
O que achei mais perturbador neste filme foi o conceito: uma relação platónica ao contrário, ou seja uma relação apenas física, em que duas pessoas não se conhecem de lado nenhum e não têm qualquer afinidade. Mas isso é possível? Bertolucci vai demonstrar que não. Que há coisas a que o espírito do homem fica ancorado, preso. Há depois, claro, o imperdoável.
Isto vê-se no The Dreamers, de que aqui falei, mas sobretudo, e se a memória não me falha, em Last Tango in Paris, um filme que vi na altura em que a Biblioteca Museu República e Resistência realizou um ciclo dedicado a Marlon Brando (em 2005, talvez).
O que achei mais perturbador neste filme foi o conceito: uma relação platónica ao contrário, ou seja uma relação apenas física, em que duas pessoas não se conhecem de lado nenhum e não têm qualquer afinidade. Mas isso é possível? Bertolucci vai demonstrar que não. Que há coisas a que o espírito do homem fica ancorado, preso. Há depois, claro, o imperdoável.
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