Quando sai para os céus a lua citadina,
E a noite prenhe de cobre e mágoa cresce,
E de lua a cidade espessa se ilumina,
E a cera canora ao tempo rude cede,
E na sua torre de pedra o cuco chora,
E a pobre ceifeira — no mundo dessangrado —
Ajeita de leve agulhas de sombra enorme
E as lança, palha amarela, no sobrado...
Ossip Mandelstam, Guarda minha Fala para Sempre, trad. Nina Guerra e Filipe Guerra, Assírio & Alvim, Lisboa, 1996
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