E, como também disse mais tarde, fiquei muito impressionada com a constatação de que tantos encontros na nossa vida, tantas relações humanas se baseiam simplesmente no facto de se dar uma pequena moeda ou uma nota a alguém, em troca de um selo ou de um jornal da tarde, sem nada conhecer daquela pessoa. Há em tudo isto um elemento puramente automático, que pode tornar-se às vezes romanesco, embora seja bastante raro, pois não se pensa nisto.
Marguerite Yourcenar, De Olhos Abertos: Conversas com Matthieu Galey, Renata Correia Botelho (trad.), Relógio d'Água, 2011.
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