1
Veio com um remo pela noite.
Não lhe conheci as mãos.
Eram dum amarelo capaz
aptas nos orifícios da transmutação.
Subi as lentas canas de qualquer olhar.
O pequeno edifício,
oscilou,
na ágata fresca da margem.
2
Não é da embarcação nem deste corpo
nem talvez do fumo que a montanha
escuta, o braço, este.
Bate no mar,
é tudo.
Vou ter contigo.
Uma mesma que seja, argola
escura, à volta da carne não
permite à ilha esconder
o ouro da chegada.
Gil de Carvalho, Viagens: 1978-2008, Assírio & Alvim, 2008.
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