quarta-feira, 11 de maio de 2011

Escrever, para alguns

Por que escreve?
Não há um porquê. Há uma afirmação. Eu só posso dizer "eu escrevo".

E por que é que não pode dizer "porquê"?
Porque se eu respondesse 'porquê' criava uma relação de causa e efeito.
Ora, eu não sinto em mim o porquê de escrever, como eu não sinto em mim o porquê de beber ou o porquê de olhar. Há a constatação de uma realidade: e nasci constitutivamente assim, escrevendo.

Maria Gabriela Llansol
in Jornal de Notícias
(14 de Julho de 1991)

1 comentário:

  1. Hoje eu e o João passámos um período considerável da nossa estadia em Lisboa / na Feira do Livro a ponderar qual seria o melhor livro da Llansol para começar, pessoa que francamente confesso não me chamara antes a atenção até a publicidade do Barrento. Mas o facto de a Relógio d'Água ter cerca de quarenta mil livros dela não auxiliou à escolha: e todos serem eles estranhos.

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