ele dorme, pobre ceifeiro, quando
a goiva e o formão
lhe encontraram
o corpo circunscrito sob
o lenho supérfluo.
desbastando-o
a mão obediente
seguia o intelecto
ao talhar-lhe outro reino
que é da serenidade
deste mundo, pátria às vezes
sensível, melhorável.
dorme no seu anonimato, não
vai enlevado para
parte nenhuma
seu corpo se fez sono
e deus, ou seja,
a palavra poética
ao fim de tudo, é uma
questão de técnica
e de melancolia
Vasco Graça Moura, Artes Poéticas, Edições Asa, 2002
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