quarta-feira, 18 de maio de 2011

Jardim

Rue Jean Rieux

Quem me leva penetra na neblina que perde
às vezes nossos passos, nossos lábios confunde
com um bafo de outono e descobre a prata
regelada da relva e o ouro das folhas.
Sem ninguém o jardim range, com seu frio.
Há uma árvore, de súbito, que estala em fruto e luz?
À espera de um deus desconhecido, alguém
esta noite, comigo, morrerá corpo a corpo.

María Victoria Atencia, Antologia Poética, José Bento (trad.), Assírio & Alvim, 2000

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