quinta-feira, 8 de abril de 2010

Catulo XV

confio-me ao teu cuidado, eu e os meus amores,
Aurélio: peço modesto favor,
que, se algo em teu coração desejaste
que quisesses puro e íntegro,
me guardes este rapaz castamente, 5
não digo do povo (em nada tememos
esses que na praça de um lado para o outro
passam ocupados nos seus negócios),
na verdade é de ti que tenho medo e da tua pila
infesta tanto para rapazinhos bons como maus. 10
tu onde te agradar, como te agradar, dá-lhe uso,
quanto quiseres, fora de portas, quando se proporcionar a ocasião;
só a este faço excepção, pedido razoável, ao que me parece.
mas se a tua mente depravada e a tua lascívia sem freio
te levar, ó celerado!, à falta tamanha 15
de o nosso menino com artifícios tentares,
ai!, então, miserável, espera-te um mau fim,
que de pés atados pela porta aberta
te atravessem rabanetes e mugens!

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