Quando os deuses terríveis nos acordam,
quando a planície ao longe dorme,
quando a lua acontece sem que o luar a sinta,
quando o silêncio dói,
quando o ruído morre,
quando ouço passos de quem já não caminha,
quando os homens nos deixam
e a morte nos revolta,
quando já não há quando, nem porquê, nem onde,
quando as palavras ainda se queixam
e um medo passa pelos olhos enxutos,
oh, o silêncio, esse ladrar de cães nas trevas,
...................................................dentes brancos
o halo de mistério
das tristes mulheres de sexta-feira santa
que perpassam ao longo destas linhas!...
Ruy Cinatti, Archeologia ad Usum Animae, Colecção Forma, Presença, 2000
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