Meus pés desandam em tontas pontas
sobre campo de amarelecido milho
lá longe entre colinas e savanas
de árvores de glaucas folhas, brancos os troncos.
De tanto dançar perdi a conta
dos anos e drogo-me de música.
Uma flauta canta e o seu soprador
é um velho ágil que me tem amor
no meu Timor, adorada ilha...
(Não verei mais a ilha dos veados,
Jaco chamada, onde morrem de sede
meus sonhos, as minhas realidades,
como se falasse contra uma parede
e de longe molhasse os lábios numa fonte seca...)
16/2/77
Ruy Cinatti, 56 Poemas, Relógio d'Água, 1992
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