Traço um círculo, a luz perdida
do luar, ao redor do teu nome,
da memória do teu rosto ausente por
campos de férias, rios que já não
devolvem a minha imagem.
Escrevo-te cartas. As maçãs apodrecem
na cozinha. Deito-me a meio da tarde
para descansar de não ouvir a tua voz.
Compromissos para esquecer o que
chegará um dia sem sabermos a dor.
Pelas mãos a água corre,
a fronte inclinada quase toca
a harmonia quieta do lavatório.
Por momentos escuto o canto de
um pássaro na varanda,
antes de a buzina de um carro
me arremessar para o terror da manhã.
Jorge Gomes Miranda, Curtas-metragens, Relógio d'Água, 2002
do luar, ao redor do teu nome,
da memória do teu rosto ausente por
campos de férias, rios que já não
devolvem a minha imagem.
Escrevo-te cartas. As maçãs apodrecem
na cozinha. Deito-me a meio da tarde
para descansar de não ouvir a tua voz.
Compromissos para esquecer o que
chegará um dia sem sabermos a dor.
Pelas mãos a água corre,
a fronte inclinada quase toca
a harmonia quieta do lavatório.
Por momentos escuto o canto de
um pássaro na varanda,
antes de a buzina de um carro
me arremessar para o terror da manhã.
Jorge Gomes Miranda, Curtas-metragens, Relógio d'Água, 2002
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