Não detivemos a pedra: um pássaro ferido;
não calamos o medo: um rasgão na pele;
não restituímos à luz a serenidade.
É certo que respirávamos,
abríamos as mãos,
esperávamos a noite diante de um livro muito sublinhado.
Até que alguém interrompendo o silêncio
abria a porta do quarto
e dizia: «Já que não sabes rezar
bebe ao menos um copo de leite
antes de te dares ao sono.»
Jorge Gomes Miranda, Curtas-metragens, Relógio d'Água, 2002
não calamos o medo: um rasgão na pele;
não restituímos à luz a serenidade.
É certo que respirávamos,
abríamos as mãos,
esperávamos a noite diante de um livro muito sublinhado.
Até que alguém interrompendo o silêncio
abria a porta do quarto
e dizia: «Já que não sabes rezar
bebe ao menos um copo de leite
antes de te dares ao sono.»
Jorge Gomes Miranda, Curtas-metragens, Relógio d'Água, 2002
Sem comentários:
Enviar um comentário