A noite, o vácuo, o nevoeiro
aceso em minhas lucilentas cinzas.
O pássaro veloz que se despenha
nas águas, e um peixe abica
e nele estrebucha, de possesso,
arrebatado ainda e... - ó conquistas!
Maior avanço, ora supõe causas
inadmissíveis, conquanto exactíssimas
como o quadrilátero entreaberto
num círculo, acme da vida.
O voo segue e chega-se aos astros.
Ícaro cai, os mares ressuscitam-no.
30/6/77
Ruy Cinatti, 56 Poemas, Relógio d'Água, 1992
Sem comentários:
Enviar um comentário