terça-feira, 12 de janeiro de 2010

IV. Allegretto

Não esperes que te ajude o Cavaleiro
Andante
ou - menos ainda - a música.
Cresceste demasiado, o teu corpo
não cabe no teu corpo e o amor
(ah, o amor) ajuda mas não salva.
- Vem comigo partir estes pinhões,
sob o esboroado cor-de-rosa das paredes.
Os cavalos, acredita, não te farão mal.

Depois das laranjeiras havia um tanque,
depois de um tanque um jardim. Mas,
de pouco te serve dizê-lo, agora que tratas
por tu a mais íntima distância do que foste.

Manuel de Freitas, Beau Séjour, Assírio & Alvim, 2003

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