quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Efémero

«O poeta admirava a beleza da natureza circundante, mas sem se deleitar. O pensamento de que toda aquela beleza estava votada ao desaparecimento perturbava-o, que no Inverno ela estaria desvanecida, como acontece, de resto com toda a beleza humana, e com tudo o que os homens criaram ou podiam ter criado de belo e de nobre. Tudo o que, de outro modo, ele poderia ter amado e admirado lhe parecia desvalorizado pelo destino efémero ao qual tudo aquilo estava prometido.»

Freud,Vergänglichtkeit, 1916

Eu acredito que a condição efémera da beleza contribui para a tornar ainda mais bela. Por doloroso e, lá está, melancólico que seja.

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