Fala espinhosa do vale Ararate,
Fala arménia — selvagem gata,
Predadora língua da cidade-adobe,
Dos tijolos famintos a fala.
E o céu míope do xá — de nascença
Uma turquesa cega — nunca pára
De ler o livro oco dos barros
Em sangue negro coagulados.
Ossip Mandelstam, Guarda Minha Fala para Sempre, trad. Nina Guerra e Filipe Guerra, Assírio & Alvim, Lisboa, 1996
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